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A maior dor do mundo

  • Foto do escritor: Fernanda Rufino
    Fernanda Rufino
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 18 horas

Já faz algum tempo que meu pai morreu. O processo de luto, que não imaginava viver tão cedo, segue sendo bem difícil, por isso, procuro dividir somente com pouquíssimas pessoas, incluindo minha terapeuta. Porém, hoje vou deixar um pouco dessa dor guardada para falar sobre ele, muito presente ainda na minha vida.

Meu pai era uma pessoa muito reservada, mas ao mesmo tempo sociável demais. Adorava estar com a família, sua irmã e amigos, viajar e ficar por dentro de tudo o que estava rolando no Brasil e no mundo.

Ele adorava desenhar, acompanhar os programas da Discovery e saber sobre as últimas inovações tecnológicas, sempre muito aberto a mudanças. Ele veio de origem humilde, com família do Belém do Pará e teve que batalhar bastante, praticamente sozinho, até conseguir suas conquistas. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas 14 anos. Chegou a morar em muitas casas de parentes, antes de conseguir se estabilizar. Passou pelo exército antes ingressar numa grande empresa como office boy. Saiu de lá como chefe depois de 22 longos anos dedicados a essa organização.

Seu sonho era ser engenheiro. Acabou cursando a faculdade de Administração, que foi o que realmente o abriu portas para uma carreira que proporcionou a ele se casar, comprar sua casa, além de criar suas filhas com muitas oportunidades que ele não teve.

Apaixonado por dirigir, não hesitava em levar pessoas para onde precisasse, buscava onde quer que fosse. Adorava pegar a estrada e ter momentos únicos. Seus carros sempre tinham nome e eram muito bem cuidados.

Flamenguista, acompanhava as partidas do seu time e chegou a administrar um camarote no Maracanã, um período muito feliz de sua vida profissional e pessoal. Sua carreira e dedicação ao trabalho me inspiram.

Sua cautela e sensatez ao lidar com as situações da vida permanecem influenciando minhas decisões. Nossa família e seus amigos perderam uma grande pessoa por perto. O local em que ele trabalhava um grande profissional.

Hoje consigo encontrá-lo com frequência nos meus sonhos. Nós não costumávamos dizer que nos amávamos no dia a dia, mas o amor, muito mais do que palavras, são os gestos. E isso é uma certeza.

Foto: Wix
Foto: Wix

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